

com a beleza serena de uma
figura etérea.
delicada, suvave, disponível.
sagrada até o toque inevitável do
poder.
tem a força e ferocidade para
mudar,
evoluir,
criar,
renascer.
assumir o trono que lhe é seu por
direito.
apesar dos olhares,
histórias,
narrativas,
mantém-se fiel ao seu interior
sem perder a firmeza,
a astúcia,
o fulgor.
reafirma-se a cada passo,
constrói seu eu com o bom e o mau
sempre real,
sempre fiel
apenas a si.
sem medo.
sem titubear.
consciente de suas fraquezas,
as usa como escudo.
mostrando ao mundo
que aqui é o seu lugar.
eternizada.
lendária.
imperatriz de sua realidade.

Wu Zetian foi a única mulher em mais de 3.000 anos de história chinesa a governar por direito próprio. Renomeada por si mesma, a agora Wu Zhao estabilizou e consolidou a dinastia Tang em uma época em que parecia estar desmoronando, tendo um reinado notável.
Apesar disso, os registros históricos de sua época a retrataram como tirana, impiedosa e promíscua, pelo simples motivo de não seguir as normas patriarcais de seu tempo. É a única governante cuja lápide não foi esculpida em mais de 2.000 anos de história imperial, e isso se dá pois até mesmo seu nome era um legado, pois ela criou o caractere que o representava e hoje, nomeia esta coleção.
Assim como a imperatriz que rompeu as normas de seu tempo, a narrativa percorre as complexidades do feminino perante a sociedade patriarcal, onde mulheres são vistas como virtuosas quando silenciadas e más quando dominantes.
O branco, envolto em suavidade, evoca o ideal de feminilidade moldado pela tradição: uma figura serena, de gestos precisos e olhar introspectivo. Já o vermelho intenso, adornado por dourados, exala autoridade e paixão, a presença inabalável de uma soberana que governa com audácia. E então surge o preto, a face escura que representa a tirania e morte de um símbolo feminino, dando lugar a uma lenda obscura e vil. Entre esses marcos, está o espaço transitório onde a identidade feminina se molda, transforma e resiste às definições impostas. A intenção com a coleção é transformar uma mulher em uma divindade, que deve ser adorada e temida na mesma intensidade.
Esta é uma ode à mulher que desafia os paradigmas, que abraça sua vulnerabilidade e a torna sua maior força. É uma celebração da capacidade de ser múltipla, de usar a suavidade como arma e o poder como expressão de cuidado.
Zhao reflete a jornada de Wu e de todas as mulheres que ousam viver como protagonistas de suas histórias.
O olhar para si do passado e do futuro, refletindo o que ficou, se transformou, morreu e renasceu. A dicotomia entre a leveza da submissão e o peso do poder presa em um universo pessoal único, que não abre mão de si pelos olhares alheios. É seu próprio referencial do início ao fim, sem aceitar as amarras das palavras usadas para lhe definir.
PAINÉIS
Moodboard
Lifestyle
Trendboard
Cartela de Cores
Harmonias
suave
delicada
dormente
até o desabrochar da flor que toma o poder
envolve com seus braços uma nação
de sonhos
de vidas
de possibilidades
e apesar dos pesares
não abre mão das suas versões
faz das tripas coração
para criar sua própria realidade

Contemporâneas, ambiciosas e multifacetadas. Mulheres que valorizam a individualidade e abraçam a complexidade de suas personalidades, transitando entre diferentes papéis e interesses. Contam uma forte conexão com a criatividade, evidenciada pelo envolvimento com arte, moda e expressão visual, enquanto a busca por realização pessoal e profissional ocupa um espaço central em suas vidas. Enxergam a ambição não como algo negativo, mas como um impulso natural para conquistar seus sonhos e afirmar sua identidade.
Estão inseridas em profissões com predominância masculina, o que exige assertividade e confiança em suas opiniões, e as mantém e defende mesmo que isso não agrade os demais, desafiando os padrões de gênero impostos. Questionadoras, independentes e inteligentes, desprezam a opinião alheia (principalmente a masculina) e direcionam seus esforços para agradar e elevar outras mulheres.

Denotam um apreço pela cultura e pela inovação, são engajadas com as tendências – mas as filtram de acordo com seus próprios valores e gostos. Extremamente disruptivas, constroem narrativas únicas para si mesmas.
Celebram a dualidade de ser forte e vulnerável, sensual e intelectual, rebelde e estratégica. Vivem no equilíbrio entre o poder e a suavidade, encarando desafios com confiança e sem medo de questionar convenções. Assumem como seu o papel de questionar o que significa ser feminina e poderosa, mantendo-se fiel à autenticidade enquanto conquista novos espaços.
Em busca de valorizar a herança visual dos trajes tradicionais e suntuosos utilizados na Dinastia Tang e reforçar o conceito de feminino trabalhado no tema, a escolha dos looks foi feita a partir de uma longa pesquisa por silhuetas e formas que conciliam as referências históricas e as tendências atuais.
O busto marcado, mangas amplas e corte evasê são características vistas no Hanfu, traje tradicional da China Imperial. Por estarmos falando de uma Imperatriz, há a necessidade de evidenciar o luxo das vestes através de modelagem suntuosas, bordados e aplicações. Enquanto véus longos e tecidos finos trazem leveza e suavidade, as golas imponentes e mangas marcantes trazem autoridade e mistério.
- Francois Haute Couture Fashion Week Fall/Winter 2007
- Teresa Helbig Fall/Winter 2019/2020
- Elie Saab Couture Fall 2019
- Fausto Sarli Haute Couture Fall/Winter 2009/2010
- Heaven Gaia Spring/Summer 2020 RTW
- Krikor Jabotian 2024
- Alexander McQueen Spring/Summer 2022 RTW
- Delpozo Spring 2017 RTW













